A América Latina é conhecida por sua amabilidade, alegria e festividades. E muitas vezes é o que ela é. No entanto, o que tem se visto ultimamente é o contrário. As drogas acabaram com a amabilidade, a alegria foi substituída pelo medo e as festividades perderam seu lugar para ônibus queimados em cidades como o Rio de Janeiro. Qual é a reação da sociedade a essa situação? Jornalistas de empresas como BBC, the Economist e Frontline escreveram sobre esse assunto.
Oriana Zill e Lowell Bergman procuraram a fundo o porquê de o mercado de drogas ser tão lucrativo. Alguns dos motivos citados por eles no texto Do the Math: Why the Illegal Drug Business is Thriving foram: a facilidade da compra de narcóticos, o número de usuários, a produção de drogas e o comércio das mesmas.
As drogas ilícitas geram bilhões de dólares que são repassados de um lugar para o outro e países latino-americanos como Colômbia e México têm desempenhando um grande papel nesse cenário criminoso. O número de usuários reflete a quantidade de dinheiro gerada por esse sistema sujo. A Cidade de Nova Iorque é palco para esse show; em média 800 mil pessoas gastam 200 dólares em drogas ilícitas em um final de semana. Em um ano, só Nova Iorque gasta em torno de 832 milhões de dólares, mais de um bilhão de reais. Imagine o mesmo nas outras grandes cidades mundo afora. A produção de drogas ilícitas não demanda muito esforço nem conhecimento e por isso elas podem ser facilmente cultivadas e produzidas baixando o preço das mesmas. Um quilo de cocaína processada, por exemplo, quando produzida na Colômbia, pode chegar a 66 mil dólares nos Estados Unidos.
Grande parte do problema ainda está na população. Consumir drogas no final de semana para simplesmente curtir a vida era algo que se fazia muito nos anos 70 e 80, mas parece que a ficha ainda não caiu para os jovens de hoje. Não só nos EUA essa situação se repete. Oriana Zill e Lowell Bergman chamam a atenção para os treze milhões de americanos que usam drogas recreativas (cocaína, ecstasy e maconha) regular ou casualmente e não vêem nenhum problema nisso.
O jornal The Economist retratou em 2009 as atrocidades que estavam acontecendo no Rio. Nos dias 17 e 18 de outubro do ano passado o Brasil e o mundo ficaram pasmados com o que os traficantes fizeram no Rio. Atearam fogo em dez ônibus, assassinaram 25 pessoas e derrubaram um helicóptero da polícia. Apesar de ter aparecido na mídia e a polícia ter contornado e combatido a situação, não colocaram um fim a violência. Quase um ano depois e a tensão voltou colocando o Rio como evidência, não por causa da Copa ou da Olímpiada, mas por causa do medo.
O jornalista da BBC que escreveu o texto sobre o Brasil relatou os acontecimentos recentes no Rio de Janeiro. A violência que se retrata na cidade maravilhosa é assustadora. A polícia militar foi acionada para combater contra essa onda de brutalidade. A população do Rio de Janeiro ficou alarmada com os bloqueios de diversas ruas, arrastões, carros e ônibus sendo queimados e tiroteios constantes. Esses ataques que, provavelmente, foram planejados por traficantes de drogas influentes nas favelas do Rio, tiveram que ser combatidos pela polícia. O que chama a atenção, no entanto, é que há muito tempo a situação nas favelas cariocas está de mal a pior. Foi necessário chegar ao ponto que chegou para as autoridades colocarem um basta.
É visível o efeito das drogas no Rio. O poder que elas tem nas mãos dos traficantes e a violência que elas demonstram contra os usuários e não usuários é absurdo. Para muitos consumir drogas de vez em quando, ou só no final de semana parece não ser nada; entretanto, o dinheiro está indo de uma forma ou de outra para a violência. Um baseado que se compra, uma carreira de cocaína que se cheira contribuiu para a morte de alguém inocente, e para o medo constante de morar sob o domínio de traficantes. Dormir ao som de tiroteios não é gracioso e muito menos agradável como dormir no silêncio. A tensão que envolve o cenário das drogas no Rio não só aflige a população local, mas todo o Brasil. Férias no Rio? Muitos turistas devem ter cancelado suas viagens.
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