Acho que nunca me diverti tanto traduzindo textos literários. Para mim ainda é muito difícil traduzir poesia, mas acho que com muita prática e dedicação eu ainda chego lá.
O interessante em traduzir textos literários é que dá para se descobrir um mundo infinito em si mesmo. Perspectivas totalmente diferentes, graus de dificuldade que variam muito e assuntos relevantes e interessantes também. É claro que nem sempre se dá para escolher o que será traduzido. E aprendi a respeitar essa não-opção-de-tradução. Nunca escolheria para traduzir Virginia Woolf. E mordi minha língua. Até comprei um livro dela para entender mais sobre a sua escrita. Essa questão do cotidiano, irrelevante, ordinário é importante para compreendermos uma época e até mesmo mais sobre quem somos.
Tive que traduzir um texto de Graham Greene. A história toda e bem descrita e elaborada e eu ainda não sabia a onde ele queria chegar falando sobre essas pessoas sem nome ao seu redor num bar qualquer. Entendi que muitas vezes quando temos o foco em nós mesmos os senhores japoneses SÃO invisíveis. No entanto, quando deixamos isso de lado, esse egocêntrismo, passamos a observar as peculiaridades de cada indivíduo. Muitos senhores japoneses, italianos, brasileiros e de faixas etárias diferentes passaram na minha vida despercebidos. Às vezes eles tem que passar despercebidos, mas quando os outros observam e veem a vida com outros olhos, isso pode ser uma problemática que estamos nã0-vivendo.
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